Um menino vive com seu avô em uma casa perto da floresta. Decidido a investigar descobrir como os pirilampos se comunicam, ele cria alguns instrumentos para atrair os insetos para o interior de uma engenhosa máquina com pequenos espelhos. Seu avô acompanha com interesse as invenções do neto, caminhando a seu lado nas noites sem lua e repletas de estrelas. Enquanto conversam sobre as invenções e os pirilampos, o velho questiona o menino se o convidador não seria, na verdade, uma gaiola, uma vez que os insetos não podem sair de lá quando querem. E é então que os dois começam a refletir sobre liberdade, histórias e vínculos.
A narrativa sensível do grande escritor angolano Ondjaki revela ter muitas camadas que certamente não será possível esgotá-las na primeira leitura. Embora o livro seja recomendado para leitores fluentes, vale muito a pena estar ao lado das crianças para apreciar esta bela narrativa, conversando sobre diferentes pontos de vista e questionamentos a respeito das escolhas do menino, de seu avô e também dos próprios pirilampos.
As ilustrações de António Jorge Gonçalves retratam quase que exclusivamente as silhuetas dos personagens e da floresta. A sensação é de que estamos junto com eles, imersos na escuridão da noite, prontos para observar os pequeninos insetos cheios de brilho.