Imagine um garoto sentado no meio fio da rua, vendo a vida passar sem enxergar um palmo diante do nariz? Este é o Luís Rodolfo. Pode ocorrer perseguição policial a um assaltante, incêndio em uma das casas, criança se machucando, e até banho de água fria em um carteiro desavisado, que ele nem "tchun", e ainda resmunga que "nunca acontece nada na minha rua".
A história é permeada por narrativas paralelas. Em uma única virada de página é possível exercitar a criatividade do leitor, incentivando-o a conjecturar cenas e desfechos. O que torna a leitura surpreendente. Ao contrário de Luís Rodolfo, a criança leitora pode encontrar várias razões para viver na Rua das Amoreiras.
A artista americana Ellen Raskin utiliza-se do preto e branco para servir de fundo aos coloridos dos objetos e personagens que deseja destacar. E conserva o mesmo traço facial no protagonista do início ao fim da história. Passa dia, noite, sol, chuva, Luís Rodolfo muda de posições, mas seu rosto segue com nuances de mau-humor.