Nanão é um bicho, é manha ou apenas um personagem de estimação? É uma criatura gráfica branca na capa amarela do livro e amarela em ponta de lápis de cor nas páginas brancas. Uma ovelha ou um cão, um brinquedo de papel recortado em duas dimensões: não sabemos o quê ou quem ele é, apenas temos certeza do que ele faz e como responde a tudo o que a gente pergunta: Não!
Convide Nanão para um passeio. Ele parece parar e encara a pergunta no ar. Questione se quer um morango, um sorvete, um bolo, queijo ou pipoca para comer. Nanão parece andar no teto reto da página com jeito de dúvida ou indiferença. Anuncie que é hora de brincar. Nanão inclina o corpo, invocado ou indeciso, dá as costas e lança o não para o alto — palavra como coisa quicando na parede que volta, sem demora, com N, A, O, til.
Neste álbum gráfico de perguntas e uma única resposta, o jogo está em ver a dinâmica que se estabelece numa conversa de pai para filho, de adulto para criança, de gente para qualquer pessoa ou vice-versa, quando nos damos conta que o problema não é a resposta, não mesmo, mas descobrir a pergunta sem escapatória para modificar a conduta do outro... Você vai deixar esse livro parado na estante? Não.