Refeitos alguns desenhos e aquarelados outra vez, com umas poucas páginas a mais, o livro de trocadilhos de Eva Furnari é praticamente o mesmo desde que nasceu, em 1991. Sem pretensões literárias, o livro empenhava-se em ajudar as crianças no início da aprendizagem da escrita, vindo jogar com uma coleção de frases brincalhonas geradoras do riso através do disparate, o absurdo, o bobo, o inusitado e o humor.
Palavras de sons semelhantes são emparelhadas nas páginas duplas, a exemplo de “não confunda ovelha abelhuda com abelha orelhuda.” Para o pequeno leitor, a leitura em voz alta e o desafio de ler depressa, fatalmente, o levaria ao tropeço como um trava-língua. Experimente falar “não confunda picolé salgado com jacaré mimado”, sem ouvir o eco e ver a ilustração, e então imaginar ali um “jacaré mijado”.
É natural que as crianças na fase de alfabetização se confundam com as letras escritas no papel ou na tela, mas jamais irão se embaraçar com o sentido real e aplicado das composições que poderá criar. Em sua mente, na língua do dia a dia, no seu próprio caderno. Espontaneamente. Todavia... não confunda um livro que faz a barafunda com velha lição moribunda.