Pergunta quem quer saber, responde quem pode... é assim que aprendemos muitas vezes na vida familiar e acadêmica, desde a pré-escola. Existe mesmo a fase dos porquês que começa lá pelos três anos, quando a curiosidade da criança desperta à toda. Haja paciência? Haja limite? Ou simplesmente uma dose extra de bom humor?
Pois este livro do autor-ilustrador Quentin Gréban encena exatamente este momento de diálogo criativo entre o adulto e seu filhote, como todos os filhotes que a natureza presenteia e a imaginação também anima, como personagens de um álbum de figuras. Olhe uma orca com chupeta e mamadeira, o camaleão pintado de corações vermelhos, um braquiossauro de gravata... Quantos outros bichos são reais ou brinquedos? Que perguntas podemos fazer a respeito deles?
Geralmente também se diz que a pergunta de uma criança pode desconcertar a pessoa adulta, mas às vezes os papéis podem se inverter. Ninguém precisa ser uma enciclopédia sobre duas pernas, nem mais real do que o rei. Partindo de questões factuais (por que os peixinhos vermelhos não gostam de tubarões, por que as aves migram de um país para outro?), Quentim Gréban mostra como mamãe consegue conduzir as perguntas para um lugar de divertimentos através de imagens insólitas que não moram apenas nas páginas de um livro, mas chovem dentro da mente infantil, altamente afeita à analogia e aos gracejos. Já parou para pensar por que os ursos nunca entram numa loja de brinquedos? Ou por que os elefantes não costumar tomar banho em piscinas infláveis?