A partir da metalinguagem de um livro falando sobre livro, aqui se propõe um olhar sobre o que esse objeto pode ser e proporcionar ao leitor: suporte do aprendizado, companhia e fonte para a imaginação. A relação entre texto e imagem é fundamental na construção desta narrativa. As primeiras páginas não possuem desenhos como ilustração e as frases descrevem como, num livro, não há recursos como botões ou sons, referindo-se aos dispositivos digitais. É um convite a novos leitores a se debruçarem sobre um livro e o olharem bem de perto.
As letras nas páginas em branco vão aumentando, em quantidade e tamanho, até que saltam de dentro delas as figuras de um universo a ser explorado. Com isso, a estética que é simples, ao ser aproximada, apresenta uma infinidade de possibilidades geradas a partir da imaginação. Com o passar das páginas, os desenhos se misturam com frases curtas até que restem apenas imagens, evocando o mergulho na história que todo leitor faz. É durante uma leitura atenta e dedicada que deixamos de enxergar apenas um conjunto de palavras e passamos a vivenciar a narrativa.
Ao longo do trama, vão sendo descritas as vantagens de um livro, um objeto analógico, em detrimento aos meios digitais. Não para dizer aos leitores o que é melhor, mas para mostrar que há graça, riqueza e profundidade naquilo que não emite sons e luzes, porém é capaz de transportar aquele que lê a diferentes lugares. Um livro é um espaço que pode ser revisitado diversas vezes. Para viver grandes aventuras, basta se dispor a desvendá-lo.