Os animais viviam tranquilamente em seu habitat, até que o urso branco chegou, trazido pelo mar. Era grande, pesado, assustador e ninguém o queria ali. Levem ele embora, diziam todos. Nunca tinham visto um animal tão branco, tão bruto, tão assustador e, desconfiados, temiam se aproximar. Mas Leve (como foi chamado) gostava de brincar com as folhas e correr pela floresta.
Um muro invisível, construído de medo, é erguido entre Leve e os outros animais, que temem pelas suas vidas. O urso, por sua vez, se isola na montanha, parecendo saber o lugar que lhe cabe naquela rede. Os corvos são os únicos a tentar uma aproximação, ultrapassando seus limites. São esses pássaros que se atrevem a iniciar uma comunicação, salvando o urso que quase se afoga no mar.
O texto narra as ações e reações dos animais, reuniões, debates e elucubrações sobre o estrangeiro. Enquanto isso, as imagens desse livro ilustrado apresentam cores quentes, desenhos aconchegantes e retratam um urso que nos inspira ternura. O animal aparece vestindo folhas, fazendo traquinagens e dormindo como um bebê. É nessa aparente contradição que se dá a fábula de Sandra Dieckmann.