Leila é uma baleia grande, leve e feliz. Um dia, ela se despede da mãe e sai para nadar. No caminho, a garota encontra seu vizinho Barão e, mesmo contra a vontade de Leila, ele se convida para nadar com ela...
Primeiro, o Barão lhe rouba um beijo. Depois, mexe em seu biquíni. Por fim, corta os longos cabelos que Leila tanto amava. Esses são os traumas visíveis que Barão deixa em Leila. No entanto, há muitos outros abaixo da superfície.
Depois dos três constrangimentos, Leila passa bastante tempo no fundo do mar. São várias páginas que transmitem uma sensação sufocante para o leitor, encenando o clima interior da personagem. Após esse tempo, os amigos de Leila a ajudam a voltar a nadar. A jovem baleia, então, reencontra o Barão; conseguindo por tanta dor e revolta para fora, Leila reencontra também a si mesma.
Esta obra fundamental foi escrita por Tino Freitas e ganhou ilustrações pungentes de Thais Beltrame, falando a todos nós sobre o abuso sexual infantil. Em um país onde a idade média do primeiro assédio tem acontecido aos 9 anos de idade, é urgente conversar com clareza sobre esse tema com as crianças para que tenham uma possibilidade real de se proteger. Diferentemente do que muita gente ainda imagina, a maior parte dos abusos é cometida por pessoas conhecidas das crianças, próximas da família e vistas como “acima de qualquer suspeita”. Por isso é tão fundamental falarmos com elas sobre o tema e oferecer informação de confiança, que é o primeiro e mais importante passo para a sua proteção.