O urso, o coelho e as galinhas acordam para mais um dia na floresta quando, de repente, uma raposa aparece levando uma galinha consigo. Em uma perseguição emocionante, os animais correm para resgatar a galinha das garras da raposa astuta, que muitas vezes é a vilã das histórias. Tentando alcançá-las, correm por vales, passam por mares revoltos, acampam no alto de uma montanha. Mas, ao chegar a uma ilha distante, a raposa abre a porta de uma casinha no pé da árvore e os três animais têm uma grande surpresa.
A narrativa é construída em um livro-imagem, com muitos detalhes para apreciar essa imprevisível caçada. Reconhecendo a raposa como predadora natural das aves, somos levados a acreditar que este é um típico caso de sequestro, um rapto que vitimou a galinha e seus companheiros.
Ao longo do livro, percebemos os animais empenhados em alcançar a raposa e galinha, enquanto elas nos transmitem certa tranquilidade e harmonia, reveladas por pequenas diferenças na caracterização das personagens. A sensação de movimento e passagem do tempo é reforçada pelo formato do livro horizontal. Nele, as imagens sequenciais levam a uma solução inesperada e bem humorada.
A francesa Beatrice nos leva a questionar as intenções da raposa, rompendo com os arquétipos de vilão que ataca e mocinha que precisa ser salva. Contrariando as expectativas do leitor, a obra questiona diferentes perspectivas que vão além de visões binárias e antagônicas.