A obra de Juarez Machado, Ida e volta, foi publicada originalmente em 1976 fora do Brasil e é considerada ainda hoje uma das melhores narrativas visuais de nossa literatura infantil. Em suas páginas, há um personagem e uma história por descobrir, desde o momento que alguém toma seu banho e vai escolher algo para vestir: é um homem? é uma criança? que estranha coleção de roupas, fantasias e calçados ele possui!?
Seguindo seus passos, o leitor é conduzido a diferentes cenas que nos trazem um clima de humor e lirismo num mundo antigo cheio de ritmo e manias, com pistas e despistes que nos fazem imaginar e reconstruir esse personagem a cada página virada. Este é o jogo: brincar com as ações, os objetos, a expectativa e a surpresa. Há, sim, a história de um passeio pelas ruas de uma cidade onde é possível colher a fruta de uma árvore, brincar com cachorros, comprar flores para pessoas queridas ou desconhecidas, divertir-se, aprontar, jogar bola, quebrar vidraças e sair fugindo...
É evidentemente um livro sem idade; é preciso às vezes a companhia de um leitor mais experiente para explicar o funcionamento de um gramofone e saber como antigamente as pessoas aprendiam a dançar. Não se trata apenas de um livro só de imagem, mas também um jogo ou livro de caça-objetos, a começar pelo personagem que perseguimos por todas as suas páginas.