Este é o primeiro livro de Heloísa Seixas, escrito especialmente para crianças com protagonistas animais revestidos de dilemas humanos. Já a primeira narrativa retrata a saga da formiga, que sofre por ter uma bunda muito grande e , ao contrário de sua família, busca por alimentos light na casa onde moram pois acreditam que contribuirão para sua saúde e forma física.
Há a história contada por um tubarão gente fina chamado Astolfo, com cento e trinta e quatro irmãos gêmeos, ao nadar para longe de sua mãe, ele aprenderá no susto o quanto os homens são perigosos. O terceiro conto fala a respeito de um gatinho preto, feio e corajoso, adotado por uma garotinha que cuida dele com todo o carinho até que ele se torna um animal com porte de rei! Na sequência, o leitor é apresentado a um morcego nada convencional. Imagine um animal noturno como ele é, gostar de praia e de sol? Manso e musical feito a bossa nova? Na penúltima história, o menino João faz uma investigação sobre o único pernilongo que consegue alcançar o décimo quarto andar. Por fim, o sexto conto: uma salamandra albina, que divide espaço com vários outros bichos feios no quintal de Isabel.
Em seu mundo de revelações, a menina quer saber mais sobre salamandras e descobre uma boa pista para o mundo da fantasia. Nesta trama, o feio e o belo, o certo e o errado estão em suspenso para análise do leitor. A ficção é um dos meios mais interessantes para conversar com as crianças. Através da fantasia, das histórias inventadas, as infâncias alcançam a realidade com mais propriedade. Para a criança, absolutamente tudo é brincar, inclusive as pautas mais sérias. É um outro universo, outra linguagem. Este livro é um instrumento que pode auxiliar no resgate do lúdico, sem repostas prontas, mas trazendo provocações e conjecturas. É ler um conto de cada vez e você também ficar com pulgas atrás da orelha.