Um gato muito viajado pula de telhado em telhado sob o céu estrelado, até encontrar em um canto um ratinho amuado, perdido, choroso. Comovido com a cena, o gato se entristece e sensibiliza a Dona Lua, que desce em sua escada rolante para iluminar a situação, fazendo o gato ficar amoroso, miando poesia. Inspirado pelo sossego, o rato cinzento pula no ar e voa no luar… Viver é um tremendo desafio, porém podemos ser surpreendidos pela beleza e a poesia dos detalhes. Mesmo as mais difíceis situações, aquelas para as quais não temos solução fácil, podem reservar soluções incríveis.
Uma das mais importantes escritoras brasileiras, a saudosa poeta e contista Sylvia Orthof, dizia que esta história é “para ler pouco e imaginar muito”. Ela nasceu de uma velha anedota que ouvia quando criança e transformou em uma singela poesia ilustrada por Graça Lima que transmite muita empatia e nos permite nos colocar ora no lugar do gato, ora no lugar do rato. Os desenhos em tons aquarelados materializam o encontro inusitado e, assim como o texto, espalham graça e afetividade.