Tudo começa quando os senhores da guerra, com suas balas e bombas, fazem com que cidades se tornem inseguras e hostis. Então, um pai decide no meio da noite que é chegada a hora de deixar a cidade com seu filho. A partir daí, inicia-se a jornada dos dois em busca de um lugar melhor para viver.
Eles caminham muito até chegarem à primeira fronteira, mas... na pressa, o pai conta ter esquecido os convites para entrarem no outro país e não podem atravessar os muros gigantes de pedra. Buscam ir ao novo país, desta vez, como marinheiros em um barco cheio de gente. Após alguns contratempos, chegam e são encaminhados para um campo de refugiados, onde tem fila de espera para tudo o que se faz. E, enquanto esperam, as pessoas sonham.
De forma muito leve, o livro trata da ostensiva crise dos refugiados. A história é narrada em primeira pessoa, com a voz do menino, é com essa estratégia que sentimos quanto o pai tem a intenção de manter o otimismo do filho, apresentando situações difíceis de forma bem humorada e esperançosa. Ele alimenta os sonhos da criança, pois são os sonhos que transformam a espera em esperança.
Em tons pastéis, as ilustrações oscilam as proporções e colocam em evidência a pequenez dos imigrantes diante das autoridades que os barram. A história foi inspirada no Alan Kurdi, o menino sírio-curdo de apenas três anos que se tornou um símbolo dos refugiados, ao aparecer já sem vida em uma praia na Turquia.