Em 2 de setembro de 2018, um incêndio devastador tomou conta do Museu Nacional do Rio de Janeiro. Enquanto as chamas lambiam as paredes, pulverizando a história abrigada no local, os hidrantes, ressequidos e maltratados, sequer foram capazes de ralentar a destruição. Não havia água. Que nossa memória não se esqueça deste triste acontecimento e ecoe o som da crepitação, ao abrir este livro...
Nesta fabulosa narrativa em quadrinhos, o segurança do museu, chamado Edson Arantes, faz sua última ronda avisando aos visitantes que brevemente o museu estará fechado e é, com seus passos, que adentramos as salas repletas de objetos, quadros, registros históricos, arqueológicos, sociais, estéticos, importantíssimos para a compreensão do presente e conhecimentos futuros.
A trama de Gilles Baum, trazida como um lançamento exclusivo pelo Clube Quindim, não é sabidamente uma história brasileira; as ilustrações de Régis Lejonc, no entanto, retratam com brilhantismo tanto a paisagem quanto os cariocas. Cheio de suspense e provocações, o livro nos faz questionar a noção de História, quais artefatos são selecionados para contá-la e também quem faz essa seleção. E ainda: que tipo de acesso o povo tem à sua própria história?