Um menino é rodeado pelo som das palavras, mas nem todas ele consegue articular e pronunciar. Alguma coisa o prende, impedindo que se comunique. O garoto permanece quieto. Contudo, na escola, nem sempre pode permanecer calado. A professora faz perguntas, os colegas sempre o observam. Nesses momentos, a ansiedade toma conta do menino e o dia se torna ainda mais difícil.
Ao reparar o sofrimento do filho, o pai o acolhe com sensibilidade. Leva o menino ao rio, respeita-lhe o silêncio voluntário e diz que a forma como o menino fala se assemelha ao movimento de um rio que rodopia, agita-se, borbulha...
Primeiro livro infantil de Jordan Scott, a narrativa tem origem na vida pessoal do autor, que explora poeticamente o tema da gagueira em seus textos. Ainda que retratando um menino gago, a história vem nos apresentar os anseios de qualquer criança que tenha qualquer outra dificuldade de fala ou seja simplesmente introvertida. Scoott mostra a inibição ao falar em público e o receio do julgamento.
As ilustrações em aquarela ampliam a compreensão da leitura: quando o garoto sente-se avaliado pelos colegas, as figuras são turvas, revelando o caos dos sentimentos em cena; quando o menino está ao lado do pai, no rio, a imagem torna-se mais nítida, o que denota ordem e tranquilidade.