Em um mundo onde a magia encontra-se bastante rarefeita, tornou-se tradição bruxas aos treze anos partirem para uma nova cidade no intuito de oferecerem seus conhecimentos e auxílio às pessoas, garantindo assim a sobrevivência das bruxas. Com o gato Jiji, uma vassoura e o lanche que a mãe preparou, Kiki viaja em uma noite de lua cheia em busca de um lugar para viver. Ao chegar na cidade litorânea Koriko, a bruxinha não é recebida tão bem como esperava. Levará tempo para que as pessoas do lugar passem a gostar e confiar nela.
Enquanto descobre a sua vocação como bruxa e tenta se conectar aos moradores da cidade, Kiki cria um serviço de entregas expressas e vive aventuras em que precisa tomar rápidas decisões para solucionar diferentes problemas, muitas vezes confiando apenas no próprio instinto. Ao longo desse período de emancipação, a menina faz amizades, tem o seu primeiro amor e segue em uma jornada de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal.
A inspiração da escritora Eiko Kadono para criar este romance surgiu ao ver o desenho que sua filha fez, aos treze anos de idade, de uma bruxa com notas musicais voando ao redor dela. Essa imagem chega a fazer parte das aventuras de Kiki durante as entregas em sua mágica vassoura. O livro foi lançado no Japão em 1985. Quatro anos depois, o Studio Ghibli fez a adaptação para o audiovisual. Em novembro de 2021, é publicado pela primeira vez no Brasil com a tradução da autora premiada Lúcia Hiratsuka.
Para as ilustrações desta edição, Daniel Kondo tomou como referência a estampa a duas cores de caixinhas de fósforo japonesas do início do século XX, período em que o Japão saiu de um isolamento cultural e que a modernidade encontrava o tradicional. "Essa harmonia entre distintas visões de mundo também sustenta a história de Kiki", afirma na contracapa o professor de literatura comparada na Universidade de Waseda (Tóquio) Pedro Erber.