Este é um livro para crianças pequenas e vem brincar com a imaginação delas através de uma estrutura de diálogos, quase um jogo de adivinhas, onde não há uma história, porém há um narrador pressuposto que começa descrevendo um animal... “Tem olhos brilhantes, orelhas pontudas e unhas enormes. Tem dentes afiados e focinho gelado. Pula e corre muito rápido. Sua voz parece um trovão.”
O que vemos, na ilustração, é uma floresta: troncos de árvores, galhos, folhas, grama alta e uma figura correndo... O desenho mostra o que o verbal não conta. O animal tem quatro patas, rabo, tem os pelos castanhos cinzados e um lenço vermelho ao pescoço. Uma outra voz pergunta: “É o lobo?” — e esta voz parece corresponder ao leitor inscrito no texto.
É desta forma que narrador e leitor vão levando a lengalenga adiante. O primeiro aguçando a curiosidade do segundo, ambos diante do livro aberto trazendo diferentes paisagens, um animal ali escondido ou camuflado, depois a revelação: é o cachorro Godofredo, o Gato Jeremias... E o lobo devorador, como aparece nas histórias populares? Aparece ou não neste jogo, através das páginas ora mais sombrias, ora mais coloridas?