Eucanaã Ferraz escreveu um poema inspirado em uma parlenda da cultura popular brasileira que diz: “Em cima daquele morro passa boi, passa boiada”. Dedicou os versos especialmente às crianças que têm em mãos um mapa para explorar as coisas simples (outras nem tanto!) que acontecem ou surgem em torno de uma serra.
Ora, ora, mas um poema sob o olhar de uma artista como Yara Kono, não passaria ileso. Então, há diversas cores e formas para dizer o corriqueiro. A serra, as vaquinhas, os carros, os limões no cesto e tudo mais é colorido, divertido, diferente do que costumamos ver ou encontrar pelas ruas de onde moramos ou passeamos. E tem também o que a gente nem imagina!
Pois bem, em cima daquela serra passa tanta coisa além de uma boiada! Passa até uma égua pintada – cheia de bolinhas, diga-se de passagem. E lá, em cima da serra, há uns limões muito fofos – tente imaginar essa ilustração antes de abrir o livro. Será que consegue adivinhar a cor e a forma dessas frutinhas? Faça esse exercício na companhia de uma criança. Ela vai curtir.
No céu da serra passa um balão com um passageiro. Enquanto isso, lá no chão, passa boi, passa boiada... quantas vacas são? Quer contar? E o que é mesmo cocuruto?
“No cocuruto da serra
Cai orvalho e chuvarada”
As páginas vão passando, é calmaria do início ao fim. O tempo parece mesmo outro quando estamos distantes dos ponteiros do relógio. Fazer nada, passarinho, escada, pintinho, o que mais se pode ver do alto daquela serra?