Dois amigos, dois vizinhos: um traz uma luminária para o alto da árvore, o outro traz um livro pra lá. Juntos, poderiam ler uma história, mas não é bem isso que acontece... O pássaro preto de notável bico amarelo encara o outro tucano albino — aliás, que outro nome podemos dar a essas aves fabulosas que habitam as florestas sul-americanas? São araçari ou pteroglossus? Talvez o nome não seja tão importante, enquanto vamos acompanhando o que fazem os dois personagens.
De um lado da árvore, aparece um computador, bom para fazer pesquisas... Do outro lado, uma privada com caixa de descarga d’água... E depois muitas outras coisas vão se acumulando nos galhos e está aí o convite para o pequeno leitor reconhecer os objetos do cotidiano e nomeá-los: bola, bó ou bota, vassoura, bule, toca-discos, bici, palavras simples, compostas ou complexas para desenvolver o seu vocabulário doméstico.
A leitura, no entanto, vai além da enumeração de coisas, e leitores mais experientes logo construirão o sentido da narrativa. A fábula dos dois passarinhos desdobra-se em vários temas desde a convivência competitiva, o descontrole ou o consumismo, por fim as relações com o meio ambiente. Afinal, de onde saem tantas tralhas que os tucanos trazem de lá pra cá?