Nas histórias deste livro, descobrimos que uma festa no céu foi o motivo de não existirem leões no Brasil e das tartarugas terem o casco cheio de remendo. Já uma flor de cera derretida foi a razão de as formigas terem casas no fundo da terra. Aprendemos a nunca contar com macaco para colher banana, muito menos fazer guisado com ele. Lembramos da máxima de que tamanho não é documento, já que um mosquito pode incomodar mais do que muito bicho. E acompanhamos a confusão quando dois bichos constroem uma casa juntos sem perceber. De quem será a propriedade?
É possível que já conheça alguma das sete fábulas deste livro, mas com certeza não da forma descontraída e bem humorada com a qual a autora narra. As histórias clássicas perduram no tempo pela força narrativa, e, agora, repaginadas e modernizadas possibilitam uma maior conexão com o leitor. Emolduradas, as ilustrações foram feitas a giz de cera e apresentam os animais humanizados.
A história do casamento da dona Baratinha, que dá origem à expressão "conto da carochinha", está presente na coletânea. Muito antes de serem denominadas de "contos de fada", elas eram chamadas de "contos da carochinha". "Carocha" vem de "caroucha", que significa besouro. E deriva, por sua vez, do espanhol "cucaracha", que quer dizer "barata". A narrativa foi tão influente que criou uma expressão usada até hoje.