Atravessando a noite e a floresta escura, mamãe ursa e o filhote retornam à cabana — é assim que lemos imediatamente as ilustrações do livro de Kitty Crowther, desde a página da guarda à primeira abertura em páginas duplas, preparando o clima para o diálogo que vamos ter logo-logo, ao pé do ouvido, à beira da cama, com o Ursinho pedindo três histórias antes de dormir. Mamãe se espanta, três de uma só vez? Por qual deveria começar?
É o próprio filhote quem vai sugerindo os contos e todos os três giram em torno do tema da obediência, da ansiedade e dos desconfortos da hora de dormir. Com a estrutura de histórias em encaixe, ficamos sabendo que a guardiã da floresta vai tocando gongo para avisar aos animais que é chegada noite para o descanso; que a menina Zhora, saindo de casa para colher frutas azuis, encontrará o estranho e amigável Jacko Mollo; que um velho e pequenino de chapéu-coco chamado Bo só consegue pegar no sono depois de cansar o corpo...
Contos da mamãe ursa é, enfim, um conjunto de quatro histórias. Com frases em ordem direta num ritmo monótono e sincopado, a própria leitura enseja o bocejo, cair as pestanas e começar a dormir.