Dedicado a um dos maiores animadores cinematográficos da História, o "maestro" Chuck Jones – conhecido principalmente pelos curta-metragens dos Looney Tunes e de outros personagens marcantes, como Pernalonga, Patolino, Papa-Léguas e Pepe Le Pew –, Concerto de piscina de Renato Moriconi captura a sensação de suspense das trilhas sonoras marcantes da era de ouro da animação no silêncio de suas páginas.
Meio mágico, meio maestro, a personagem traz elementos inusitados à sua piscina: animais silvestres, dinossauros, polvos gigantes. Até que, de repente, ela desafia as suas próprias regras e a piscina não é mais piscina: é pasto, ringue de luta, campo de futebol. Uma obra que brinca com as possibilidades de criação, de fazer e desfazer, de contemplar e mergulhar, que a arte nos oferece, seja no campo plástico, cinematográfico ou literário.
Composto em traços grossos e pretos contra um fundo branco, o livro-imagem parece repleto de pequenos segredos a desvendar a cada nova leitura. Como, por exemplo, um Pernalonga em sua primeira versão que pode ser encontrado escondido no cantinho da página entre outros tantos animais. Ou o maestro, que, cedendo toda a atenção a suas criações, quase passa despercebido mesmo quando ganha múltiplos braços como os tentáculos de um polvo. Em sua simplicidade, Renato Moriconi consegue tocar a memória afetiva do leitor adulto que cresceu com os curta-metragens de Chuck Jones, enquanto conquista um espaço nesse mesmo lugar com o leitor criança.