Sem dúvida, Marina Colasanti é uma das escritoras que mais soube combinar as palavras de modo a nos fazer mergulhar tão profundamente em sua literatura, a ponto de transbordarmos sentimentos. Suas histórias por vezes nos pegam no colo, outras tantas pelas mãos, em direção a mundos cotidianos e imaginários, onde reis e rainhas, príncipes e princesas, pessoas comuns e também animais são os personagem com os quais conversamos e refletimos sobre o amor, a perda, a saudade, o luto e tantas outras emoções universais.
É justamente isso o que encontramos nesta livro com treze contos curtos. Há, por exemplo, a história de uma mulher que segue todos os dias para o penhasco e ali permanece a observar o horizonte, no exato local onde disse esperar o amado, antes que ele partisse. Há também o conto de um pequeno camundongo que, depois de se arriscar em uma fuga heroica, passou a considerar como deve ser a vida de um rei que não precisa se preocupar com nada no mundo que apenas o serve. E, por falar em rei, em outra narrativa, encontramos a Peste, montada em seu cavalo magro, sendo recebida por um monarca, com todas as honrarias em seu belo e grande castelo.
Considerado Altamente Recomendável pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ) em 2015, na Categoria Jovem, este livro nos leva a transitar por entre mundos com a mesma facilidade com que a autora nos oferece histórias tão simples quanto refinadas, tão comuns quanto extraordinárias, sempre envolventes, enquanto registra, de novo e para sempre, seu nome entre as maiores escritoras de todos os tempos.