Mãe e filha saem de uma apertada e agitada cidade azul de prédios e casas empilhadas em direção à mata. Lá encontram novos coloridos, mas os bichos... cadê? São habitantes e personagens de rápida figuração, pressentindo a presença humana, desaparecem! Também irão desaparecer as árvores, deixando a paisagem com a página branca de um livro, onde reside uma nova pergunta: nós também podemos plantar os bichos?
Neste livro para crianças bem pequenas, Cris Eich pretendeu amarrar três diferentes propostas a partir de uma linha narrativa bastante esquemática. Primeiramente, sem dar nomes aos bichos, a autora desenha seis animais típicos da fauna brasileira: lobo guará, arara azul, tatu canastra, tamanduá bandeira, jacaré de papo amarelo e mico-leão dourado, todos eles ameaçados de extinção — e se o pai ou mãe não sabiam seus nomes, olha só, aqui deixamos a cola para vocês. Ainda no nível verbal, são explorados advérbios de posição (atrás, acima, debaixo, dentro) e expressões adverbiais (ao lado de, à frente) indicando relações de distância ou proximidade dos personagens humanos e dos animais na mata. Por fim, há uma mensagem bastante clara para todos os leitores: sem respeito às árvores, os biomas brasileiros serão destruídos e os animais destituídos de suas moradias. E nós, que responsabilidades podemos assumir sobre todo o crescente processo de destruição da vida?
Para observadores mais atentos, ainda será possível reconhecer construções que marcam a paisagem paulistana, como os Arcos da Rua Jandaia com seus carros passando no alto, o Edifício Altino Arantes ou o Edifício Sumitomo na Avenida Paulista.