Um livro que oferece ao leitor: graça, inteligência, surpresa, cores, estética.
Renato Moriconi e Ilan Brenman, dois dos nossos grandes artistas do livro ilustrado, se uniram para compor uma ode à imaginação. A partir de um ato corriqueiro, o bocejo, é possível percorrer períodos históricos, nos aproximando de personalidades que contribuíram para a arte e para a ciência, numa sequência de cenas com amplo espaço para a contemplação artística.
Trazer Einstein ou pistas dos primórdios da humanidade para mais perto, por meio da arte. E ainda, possibilitar se enxergar como um viajante pelos cursos da História, por meio da surpresa proposta na última página do livro, são alguns dos ganhos dessa leitura. Homens e mulheres, gente como a gente, que bocejam, riem, choram, se frustram, recomeçam, são os responsáveis pelos feitos que mudaram a nossa forma de pensar. Grandes nomes se fizeram por meio da curiosidade e da transformação, tão comuns às crianças e que nós, adultos, barramos o tempo inteiro com tantos “nãos” ditos diariamente.
Peter O. Segae, escritor e pesquisador, aponta para as camadas nos cenários do livro, sugere que façamos outras leituras ao perpassar vagarosamente cada página: "Atrás da figura principal sempre há uma piada ou crítica visual através da oposição de elementos, pela contradição ou mesmo uma figura de linguagem como o oximoro. (...) O trio Einstein - Salvador Dali - Lewis Carroll mostrando a relatividade e o relativismo, a realidade, o surrealismo, o buraco de minhoca e os problemas de lógica (razão), as ceroulas de bolinhas vermelhas no lugar da bandeira norte-americana fincada na lua.”
A leitura, um bocejo que segue o outro, e mais outro, e o seguinte... numa cadeia que pode contagiar o leitor. A propósito, uma boa pedida para a hora do sono!