Bertha Lutz era uma brasileira já bastante familiarizada com a luta necessária para conquistar, ampliar e preservar os direitos das mulheres, quando participou da elaboração da Carta da ONU, documento assinado por representantes de 50 países, em 1945, criando a organização que até os dias de hoje tem como objetivo promover a paz e a cooperação mundial.
Além de cientista, feminista e política, Bertha lutou bravamente para que as mulheres tivessem garantido seu direito ao voto. Quando homens do mundo inteiro se reuniram na Conferência de São Francisco para elaborar e assinar a Carta da ONU, Bertha batalhou ao lado de outras 14 mulheres para que, hoje, a discriminação de gênero fosse observada como deve ser: um projeto absurdo e igualmente um crime.
Em formato de história em quadrinhos, a obra importantíssima de Angélica Kalil e Mariamma Fonseca retrata as memórias da ativista, juntamente com registros históricos, para contar essa que não é uma história conhecida pela maioria de nós, adultos ou crianças. Com muitas fotos, biografias e o texto integral da Carta da ONU, este é um livro obrigatório tanto para quem deseja preencher o vazio deixado por muitos livros didáticos, quanto por aqueles que buscam iniciar com suas crianças, desde já, o fundamental diálogo sobre a condição da mulher na sociedade, sem o qual é impossível promover transformações urgentes e imprescindíveis.