Este é o quinto livro de Daniel Munduruku, publicado em 2001 e ilustrado com desenhos de crianças da aldeia Katõ, trazendo cinco narrativas emolduradas pela história de um grupo de amigos envoltos pela fumaça, a sonolência e a voz de um velho contador...
Fortes e numerosos, os Munduruku ocupavam a extensa área do rio Tapajós e foram identificados como os formigas gigantes; nasceram miticamente das mãos de Karu Sakaibê que os retirou de uma fenda da Terra juntamente a outros homens: índios, brancos e negros. De fato, os Munduruku viam-se como um tipo superior aos demais povos indígenas! Daniel reconta também a história de Ianiubêri, uma mulher cacique, e o roubo das flautas pelos homens que justifica a tradição patriarcal em seu povo. Em seguida, há um conto etiológico sobre como surgiram cães a partir da visita do misterioso Karu Pitubê... e outro herói mítico chamado Karu Bempô que negociou o retorno da noite com a chefe das serpentes. A quinta história carreia um tema bem conhecido, mostrando-nos como certamente se deu a assimilação de um conto de outros lugares do mundo dentro da cultura Munduruku: num tempo de falta de alimentos, um casal decide por abandonar suas crianças na floresta.
O livro se completa com mais dez páginas de informações sobre os Munduruku que, na história brasileira tornaram-se famosos como caçadores de cabeça, quem e quantos são na sociedade atual, como é a vida nas aldeias, as tarefas diárias, a energia elétrica gerada a motor, os jogos e brincadeiras, as brigas e a coesão social mantida pela narração oral.