O menino nasce e, com ele, toda dedicação, cuidado e amor de seu pai. Mesmo com suas mãos grandes, o pai se ocupa dos cuidados minuciosos que o filho necessita: banhar, vestir, calçar, alimentar e transportar seu pequeno. Para ensiná-lo a andar, e ampará-lo ao cair.
O pai leva o menino para descobrir o mundo. Sentado em seus ombros, o menino fica mais forte. Grande. Assim como as mãos de seu pai.
O tempo, sempre ele, passa. O menino cresce e os papéis se invertem. Agora, é ele quem ampara, acarinha, alimenta e acolhe seu pai. Suas mãos, mesmo envelhecidas, continuam grandes e permanecem entrelaçadas, para sempre com as de seu filho, mesmo que apenas na memória.
A emocionante obra de Deok Kyu Choi é um belíssimo livro-imagem, com um pequeno texto nas últimas páginas. A narrativa, traçada pela ternura das ilustrações, é suficiente para nos ajudar a perceber o paralelo entre os cuidados do pai com o filho no início da vida e do filho com o pai, quando a velhice aporta.
Além de ser emocionante por si só, a história nos faz refletir sobre os vínculos construídos ao longo dos anos, o tempo e a energia dedicados aos cuidados com aqueles que amamos, e a beleza e fugacidade da vida, em contraponto à perenidade do amor. Um livro para ser relido muitas vezes e deixado como uma herança, a mais rica e valiosa, a ser passada de geração em geração.