Jucazecaju era um crocodilo engraçado que vestia uma camiseta listrada e soltava uma fumacinha pelo nariz, enquanto dormia... E foi justamente dormindo n’água que a correnteza do rio o levou para um lugar, em plena floresta do Chapichapi, onde muitos outros crocodilos viviam refestelados à sombra das árvores. Nem mesmo o visitante de nome estranho parecia quebrar toda essa tranquilidade. Contudo, certo dia, passeando de bote com os amigos, Jucazecaju espirra — o que fez os crocodilos pularem pra água assustados!
É a partir desse ponto que começa a jornada do herói Jucazecaju, remando rio abaixo, aventurando-se a descobrir e aceitar sua verdadeira natureza e habilidades. Toda a vida ele quis esconder as asas debaixo da roupa, mas isso não o havia livrado de ser considerado um sujeito diferente, estranho ou engraçado...
Na mesma linha de contos que se inspiram no arquétipo de O Patinho Feio, aqui Giles Eduar escreveu e ilustrou a história de um dragão travestido, evocando as cores de Paul Gaugin e todo o clima solar de um paraíso fresco e sonolento, onde o azul é profundo, o verde uma bandeira, o vermelho líquido por entre areias, árvores e construções. Ao regressar ao lar dos crocodilos, Jucazecaju então compreenderá o quanto ainda pode ser prestativo e estimado, sem qualquer forma de disfarce, pelos antigos amigos.