Um jovem poeta, Léo Prudêncio, escreveu: “repetir uma/ palavra – até conseguir/ envergá-la”. Neste livro escalafobético, Claudio Fragata e Raquel Matsushita fazem essas torções, e juntos nos oferecem um abecedário poético, opulento e divertido.
São letras, palavras e imagens brincantes. Há momentos que pontos de exclamação parecem saltar da página, ou que a água verde por onde navega um navio vai escorrer até o leitor... Sentir a língua portuguesa dessa maneira é uma experiência incrível para as crianças e também para os adultos. Até mesmo porque não há idade para o espanto.
Os artistas fugiram do óbvio e a cada letra do alfabeto, o poema e a tipologia nos enlaça sorrindo, como na letra U:
BU!
AI, AUGUSTO
QUE SUSTO!
ME DEU ATÉ
SOLUÇO!
O trabalho é reunido num projeto gráfico enxuto. E, mesmo com tantas cores, informações e formatos, tudo flui de uma maneira suave, um convite ao deleite de sentir a poesia e não se preocupar em compreendê-la.