Criado sem muito zelo, Aladim cresceu rebelde e não tinha preocupação com o futuro. Sem conseguir fazer com que o menino trabalhasse, o pai morre de desgosto. Quem passa a sustentar a família é a mãe, com muita dificuldade. Foi nesse cenário que o mago do Magrebe o conheceu. Colheu detalhes sobre o caráter, as condições financeiras e a história familiar de Aladim. De posse de todas as informações que precisava, o mago se aproximou de Aladim e usou de artimanhas para se inserir na vida do menino se passando por tio dele, pois tinha um objetivo: atraí-lo até a caverna para pegar a lâmpada mágica.
Quase tudo acontece como o mago planeja. Não conseguindo pegar a lâmpada com o auxílio do menino, Magrebe o abandona à própria sorte soterrado na caverna. Tudo muda quando Aladim descobre o poder do anel que o mago lhe dera e consegue escapar das entranhas da terra. Quando retorna à casa, Aladim está de posse de bens que mudam a sua jornada. De imediato, ele e a mãe vivem de forma humilde, evocando os gênios da lâmpada e do anel apenas para o necessário. Entretanto, Aladim se apaixona pela filha do sultão e, para estar à altura dela, faz uso da magia. Com as extravagâncias que o jovem faz para manter as aparências, logo ele é descoberto pelo mago, que busca vingança.
Esta versão resgata detalhes deixados de lado em versões posteriores, dando a sensação de ler uma história completamente inédita, apesar de familiar. Em uma narrativa com reviravoltas até o último momento, a mãe de Aladim e a princesa possuem um papel mais ativo no desenrolar dos eventos. E quando o antagonista parece findar, surge um novo, deixando a leitura fluida e dinâmica. Viajando da cultura de narração de histórias dos cafés de Alepo, na Síria até os salões de Paris no início do século XVIII, a história de Aladim se tornou um conto do livro As mil e uma noites, narrado pela personagem Sherazade, que busca sobreviver contando histórias ao rei Shariar.