E se fosse você que precisasse deixar tudo pra trás rumo ao desconhecido?
Não é possível passar por esta leitura e não sentir um nó na garganta. Na história, a mãe recolhe alguns pertences e, com os dois filhos foge de onde vive pois a cidade está sendo tomada pela guerra. Durante o tenebroso percurso, os objetos vão-se perdendo e, apesar de tudo, a família segue. Cada cena faz apertar ainda mais o peito, mas antes que falte ar ao leitor, a narrativa chegará ao fim com uma pincelada de esperança. As ilustrações despertam diferentes sentimentos, desde a calmaria interrompida do início até o ápice da tensão em cores sombrias. Sim, é uma bela experiência atravessar a história por meio das imagens e calibrar nossas emoções.
Educar os filhos passa essencialmente pelo amor e pela disciplina. Também é necessário às sociedades contemporâneas estabelecerem a verdade social durante a infância. É imprescindível dialogar com os pequenos sobre as mazelas pelas quais passaram e passam o mundo, fazendo-os tornar parte de um tempo que segue em transformação mediante a problemas graves. Isto possibilita a nossos filhos o exercício da empatia e, quem sabe, da busca por soluções.
A guerra não poupa as nossas crianças e isso pode ser desesperador. Há milhões delas refugiadas em vários lugares do planeta, inclusive no Brasil.