O que você faz quando sente raiva? Deixa ela pra lá, quietinha como se fosse desaparecer sozinha, ou a encara de frente, pergunta de onde veio e resolve o problema que, para começo de conversa, fez com que ela surgisse?
Ora, o livro de Blandina Franco e José Carlos Lollo fala de um sentimento fundamental e experimentado por todos nós, mas que frequentemente é invalidado, especialmente durante a infância. Afinal, pensam os adultos, que motivos uma criança teria para sentir raiva? Olha… são vários! E é preciso saber que tudo bem sentir raiva, pois afinal de contas ela pode servir até de combustível para resolver as coisas, quando bem trabalhada. O que não dá é simplesmente deixar ela de lado, como se nada estivesse acontecendo, enquanto a raiva vai se alimentando de tudo e de todos à sua volta.
Quando não prestamos atenção na nossa raiva, primeiro, ela se alimenta da nossa indiferença. Depois, vai comendo todo o resto, desde uma palavra meio torta que ouvimos até as pessoas inteiras que andavam felizes, curtindo suas próprias vidas, sem dar a menor bola pra gente. Nossa raiva também pode machucar quem tenta nos ajudar e é, por isso, que precisamos ficar de olho nela.
Nas ilustrações de Lollo, a representação gráfica da raiva que vai crescendo, crescendo, crescendo até tomar conta de tudo e explodir é um ótimo recurso para ajudar os pequenos a compreender melhor esse sentimento e suas consequências. Uma boa oportunidade de falar com as crianças sobre as nossas emoções e como essas conversas nos ajudam a compreendê-las para, enfim, lidar com elas.