O desmatamento ou o descuido das nossas florestas causam grandes impactos para todos os seres vivos do planeta, ainda mais para os pequenos passarinhos que vivem na Fazenda Brejo Novo.
Num dia chuvoso, o filhote Coleirinha despenca do arbusto onde se encontra seu ninho, para desespero de seus pais. A tensão é ainda maior ao pensarem que ele pode ser afogado pela água da chuva ou pego pelas grandes e perigosas mãos humanas. O alívio vem quando, na verdade, ele é reposto ao seu lugar seguro.
“De susto em susto, pobre mãe de passarinho.”
A partir deste episódio, os pássaros iniciam discussões sobre a falta de árvores grandes e seguras naqueles arredores. Não há árvores para todos. E juntos, organizam uma assembleia para reunirem ideias e soluções. Eis que decidem organizar algo nunca visto antes. Impactante. Que faça os humanos segurarem os queixos de tanta surpresa: um concerto de música. A ideia é questionada: como isso chamaria a atenção para o plantio e cultivo de grandes árvores?
Pois, com muito diálogo e estratégias afinadas, realizam o feito. Periquitos, Maritacas, Sabiá-laranjeira, Trinca-ferro, Canarinhos, Sebinhos, Bem-te-vis, Sanhaços, Saíras douradas e amarelas, Fogo-apagou, Andorinhas, Beija-flores, Tangará... eram muitos. Cada um cumpre seu papel no espetáculo anunciando o amanhecer. Voaram e cantaram. Um grande show da natureza próximo à casa da fazenda, aos olhos dos humanos que não tinham palavras para descrever o fenômeno.
O livro de Míriam Leitão é baseado em fatos reais como ela mesma conta numa nota no final desta edição. Uma história inventada para seus netos a partir da sua paixão pela fauna e flora que conserva em sua fazenda localizada em Minas Gerais. As aquarelas que compõem o livro são do arquiteto e artista plástico Rubens Matuck. Arte por todas as páginas, em tamanhos diversos, inclusive numa dobradura para quem está chegando ao fim da leitura.
Uma fábula sobre a luta pela sobrevivência num lugar que ainda não preserva suas maiores riquezas como deveria.