A jabota chegou no igarapé e deu de cara com um jacaré pronto para fazê-la de almoço. Mas, ei! O que o jacaré não sabia era que aquela cascuda não era uma jabota qualquer… E, como falava jacarês, ela rapidamente propôs uma disputa no cabo de guerra! Enquanto pensava em como faria para vencer uma prova de força tão desigual, eis que apareceu uma onça, com muita fome também, já querendo logo mandar a jabota para o bucho. Mas a danadinha que também falava oncês, tinha uma ideia melhor…
A surpreendente e divertida fábula recontada por Denilson Baniwa fala tanto da importância de saber lidar com aqueles que são diferentes de nós, quanto do valor de conhecer outras línguas, especialmente aquelas que formam o nosso país e vão muito além do português. Até porque, mesmo a língua portuguesa pode apresentar variações, influenciadas pela região do país, sua cultura e tradições, e também pela maneira de falar de cada comunidade, família e indivíduo.
As ilustrações de Sophia Pinheiro são vívidas e coloridas como a floresta, seus animais e plantas, com cores e padrões que remetem às pinturas indígenas dos povos originários do Brasil. No final do livro, um presente: tanto a narrativa quanto as informações sobre o autor, a ilustradora e referências que deram origem ao livro estão escritas em baniwa, uma língua aruaque falada pelo autor e os membros de sua comunidade, localizada no Amazonas. Vale a pena apresentar para os seus pequenos.