Pedrinho pede: “Coraline, me empresta o lápis cor de pele?”
Imagine a cara de ponto de interrogação da menina... Diante de tantas cores e tons de pele, a qual matiz o amigo se refere? Uma super dúvida para a cabecinha de Coraline que logo fica a maquinar uma resposta...
Ela pensa em dar a ele o lápis verde porque acredita que se fossem do planeta Marte, seriam todos verdes. Mas, se fossem originários lá de Onde Judas Perdeu as Botas, certamente, rosa seria a cor de suas peles, para sujeitos de um lugar tão diferente, uma cor de pele comum não cairia bem. Hum... amarelo! Taí, Coraline imaginou todos como um peixe dourado com suas peles pintadas de lápis amarelo. Pedrinho segue com a mão esticada, aguardando o bendito lápis cor de pele! Porém, os pensamentos de Coraline foram parar no país dos envergonhados, onde todos seriam vermelhos, ah sim, vermelhos de vergonha!
É assim que Coraline passeia pelas cores de sua caixa com 12 lápis, na verdade, questionando-se sobre a possibilidade de escolher uma única cor de pele. O mundo é repleto de gente diferente, de origens diferentes. Enquanto o amigo espera, Coraline olha para si mesma e escolhe.
Com este livro, Alexandre Rampazo contribui para derrubar um costume muitas vezes arraigado em nossas escolas; há ainda quem prefira os lápis próximos ao tom do rosa claro para representar a pele humana, numa prática que reduz a uma única cor um país tão multirracial como o nosso.