Dizem que um livro é uma casa onde moram a imagem e o pensamento, porém um livro ilustrado inteligente é um caminho para o leitor dentro da história que vai e volta e, no final se ilumina com um sorriso. Assim é o clássico livro da casa sonolenta, lançado originalmente em 1984 e que vem convidando gerações de leitores de todas as idades para um bonito cochilo literário.
Da capa para dentro do livro, encontramos uma cerca de madeira pintada caprichosamente de branco, toda florida, e o mesmo debaixo de uma chuva fina, o olhar vai, vai caminhando: observe a caixa de correspondências e o portão entreaberto... Este é o convite para entrar na história, mas observe mais ainda: a residência com suas cinco janelas até parece ter um rosto, um pequenino nariz e dois olhos piscando sonolentos.
A narrativa é estruturada na forma de lengalenga ou conto acumulativo — e quem ainda não sabe que naquela casa tinha uma avó roncando numa cama aconchegante, onde todo mundo vivia dormindo: o menino, o cão, o gato, um rato e... uma pulga que será o pivô da ação para acordar cada personagem com um susto ou boas risadas. Enquanto se conta o conto, a narração visual também se ergue do rés do chão para a altura do teto, mostrando a cama fofa e confortável com o peso de todos os moradores em cima dela. O tempo também vai passando pelas páginas e a madrugada friorenta cede lugar para um os primeiros raios de sol inundando o quarto de alegria e movimento.