Enquanto cuida do jardim, a velha senhora coloca as sementes exatamente onde sabe que desejam ser plantadas. Rega com a quantidade ideal de água, posiciona as plantas de maneira a garantir o equilíbrio perfeito entre luz e sombra, retira as ervas daninhas para que cresçam bonitas e fortes. Depois, colhe frutas que transforma em doces...
Planta árvores em nome dos netos que nascem...
Chora pelos filhos que não vingaram...
A avó muitas vezes fica só.
E canta a saudade, a dor, o amor.
Nesta emocionante e extremamente sensível obra poética de Nana Toledo, com ilustrações belíssimas de Simone Matias, temos a lembrança de uma geração de avós que se dedicaram inteiramente à família (com os ônus e bônus que isso traz), retratando essas mulheres de uma maneira transcendental e ancestral, integradas à natureza.
Enquanto cuida de seu jardim, a avó que sabia das coisas nos fala sobre a sabedoria necessária para passar pelos ciclos da vida com o máximo de leveza possível, mas também sobre a necessidade de abrir espaço e sentir o pesar, quando ele vier. Um livro lindo e profundo, cheio de afeto e compreensão, com o abraço e o colo que só as avós poderiam nos oferecer.