Mal começava o dia, um velho barco de pesca aparecia apitando no horizonte. Era seu Tainha. Um menino corria até a janela para vê-lo passando e acenar. A curiosidade tornou-se um momento de cumplicidade entre ambos e o encontro através da janela era muito aguardado. O menino via no barco um espírito aventureiro e a coragem de atravessar o mar. Seu Tainha sentia mais fôlego para continuar navegando. Porém, como tudo tem um fim, os encontros cessaram. O barco encalhou e afundou.
"- Sinto saudades daquele barco velho valente!
Por que ele se foi, mãe?
- Porque tudo precisa findar. O que seria do recomeço sem o fim?"
Quem narra a história é o próprio barco e as ilustrações de Bruna Lubambo mostram o ponto de vista do menino, dentro da casa, vendo o barco com a moldura de sua janela, como dentro de um quadro. Por vezes, a imagem se expande, sendo possível ver outras paisagens, distâncias e mesmo o que há debaixo da água. A artista ilustrou a narrativa utilizando tinta látex de parede na madeira.
O livro foi um lançamento exclusivo do Clube Quindim com a editora Tigrito, e representa o litoral brasileiro e a comunidade caiçara, população tradicional das regiões sudeste e sul do Brasil.