Uma caminhonete vermelha desponta na estrada deserta feita de silêncio e vazio. Ao virar as primeiras páginas deste livro de imagem, veremos o veículo parar exatamente onde não há mais estrada, à beira de um despenhadeiro. É o fim da trilha, onde não há mais saída. O motorista abre a porta traseira e dá passagem a um pássaro. Um não, na verdade, um bando de pássaros de tamanhos diversos, muitas cores, formas e bicos. A revoada é bonita e preenche toda a abertura de página de um céu todo azul.
Ao fechar a porta da caminhonete, o homem nota que um pássaro ainda está lá. Risonho, ele o aponta para onde deve seguir, batendo suas asas. Mas, a pequena ave preta parece não compreender. O homem insiste, movimenta os braços, espera, aguarda o tempo do pássaro. Estaria com algum problema? Ou com alguma dúvida? O motorista deu mais um tempo, sentado ao lado da ave, compartilhando o lanche, reinventando a linguagem para dizer ao pássaro: voe!
Até que isso, enfim, acontece... O miudinho risca o céu, se despede e acompanha seus amigos coloridos. Com seu dever cumprido, o homem retoma à estrada, porém será surpreendido por uma chance de sentir a liberdade como nunca.