A história de Jorge Miguel Marinho provoca risos. Num galopante ritmo de intertextualidade, o suposto autor-narrador conversa com o leitor e o convida para embarcar nas cenas que ora se faz em sonho, ora no real, ou seria mesmo tudo uma grande confabulação?
João tem uma visita recorrente em seus sonhos: é Juarez Amado, fantasma de um escritor que, certo dia, bateu a cabeça e nunca mais conseguiu imaginar coisas para escrever. Por isso, admira João que não tem limites para a imaginação. Dormindo ou acordado, o menino está sempre fantasiando e contando tudo para seu coelho de estimação secreto... e imagine ter que esconder isso de pai e de mãe! E mais: como quem protege um grande tesouro, João guarda sua mascote dentro de um baú vermelho. Eita, menino cheio de segredos! Até a garota por quem está apaixonado, Catharina, sai dos seus sonhos e aparecerá como pessoa viva, numa tarde qualquer, no interior da biblioteca.
O fantasma, por sua vez, também sonha com o menino e deseja chegar mais perto de João. Mas, cadê a coragem? Morre de medo! É um fantasma mijão! E João também quer se aproximar, só precisa vencer o medo de assombração... Os ensaios para esta aproximação tem gaiatice e confusão, que dupla atrapalhada! O encontro acontece, porém a história não acaba aí. O diário de Catharina some, o mistério do baú vermelho precisa ser desvendado e, afinal, o menino e o fantasma selam um pacto de amizade...
O texto se dá corrido, sem divisão de capítulos, com um narrador a conversar o tempo inteiro com o leitor, como amigos próximos que trocam confidências e fofocas. Entram no papo diversas referências a personagens de contos de fadas e outras ficções, ao mesmo tempo que o nome Juarez Amado homenageia o cartunista Juarez Machado e o escritor Jorge Amado. As ilustrações que acompanham a escrita são do artista Rafael Antón que acrescenta cor e formas à narrativa.