É tarefa da poesia cuidar dos impossíveis e na prosa de Bartolomeu Campos de Queirós tudo vem acontecer com a força, a imponência, porém com a leveza de um elefante caminhando pela imaginação do autor — e o sonho, descrito e narrado em palavras, logo é transportado à mente do leitor como uma floresta com sombra, perfume e tesouros.
Imensa, intensa, a fantasia é uma parte da realidade onde as coisas concretas são apalpadas pela razão, onde o poeta conversa com um elefante, mesmo desconhecendo a língua do visitante, mas ouvindo claras as respostas. De onde veio? Subiu do Sul, trazendo consigo os ventos — e quem sonha se faz livre e gigante, descobre rapidamente que pode aninhar o elefantinho na palma de sua mão, prendendo-o com a linha do destino que somente as ciganas podem ler. Diz o poeta, é preciso ter coragem para voar e seguir uma história que não escolheu...
O pequeno elefante sabe quando é hora de trancar os olhos para dormir, somente nos sonhos podemos ser plenamente felizes. Então, nesta prosa toda, desata uma dúvida: quem é poeta, quem é o elefante, no seu jogo de memórias e palavras? Um conto curto e profundo a respeito do amor, publicado pela primeira vez em 2013, altamente imagético pois assim é o clima onírico que, nesta edição, se faz acompanhar de ilustrações a traços em marinho e laranja que vão se sobrepondo e cruzando-se com as linhas da vida.