João aprende a rimar com a sua prima Bela e começa a combinar as palavras sem dar limite à imaginação. A criatividade de seus poemas está na liberdade com que escreve. Em seu processo criativo, tem rimas fáceis e outras mais desafiadoras, como durex, em que só surge na mente do menino Tiranossauro Rex.
Além de criativo, João é curioso. Se questiona sobre como surgiu a rima e porque não tem capoeira nas olimpíadas. Encantado com as possibilidades de escrita, decidiu falar tudo rimando e foi assim que deu início ao seu caderno. Escolheu várias palavras para poder rimar: começar, mãe, segredo, Gilberto Gil, saudade, autoestima, livro, acaso...
Do universo familiar aos temas sociais, o livro aborda o futuro, os amigos, o estudo, a cultura popular, a resistência e a inserção no mercado de trabalho. Os poemas são espontâneos e apresentam a visão de mundo de um menino ávido pela vida e pelo conhecimento, que compreende e respeita a diversidade, e que reconhece a força das relações, além de revelar seus medos e dificuldades. João expressa um olhar sensível e faz referências a vários elementos da cultura afro-brasileira.
A partir da leitura dos poemas, é possível perceber o ritmo e a musicalidade que fazem alusão ao rap e ao slam. Com pigmentos naturais e material reciclado, as ilustrações remetem aos registros rupestres, ancestrais e étnicos.
Os livros "Caderno de rimas do João" e "Cadernos sem rimas da Maria" foram inspirados nos filhos do autor, João Vicente e Maria Antônia. Alguns dos poemas viraram música no álbum Viagens da Caixa Mágica, projeto musical de Lázaro Ramos com parceria dos músicos Jarbas Bittencourt e Heloísa Jorge.