O clássico de Ana Maria Machado, publicado originalmente em 1981, é considerado um fenômeno literário pela quantidade de prêmios, traduções, exemplares vendidos e emoções provocadas nos mais diversos leitores. A escritora relata que a história surgiu da saudade que sentia de suas avós, sentimento que transbordou na forma de Bel, uma garotinha curiosa que ensaia a igualdade entre os gêneros, questiona os padrões de comportamento e olha para o futuro com precaução.
Enquanto a mãe de Bel organiza gavetas e caixas, encontra um registro importante para a família, a fotografia antiga de Beatriz, a bisavó de Bel. A garota se encanta com o achado, o adota para si, o emoldura e passa a levá-lo consigo aonde quer que vá. Bel desenvolve muitas conversas com a sua bisa. E elas se tornam amigas, ainda que discordem de vários assuntos, como, por exemplo, como deve se comportar uma menina da idade dela: “Ah, menina, não gosto quando você fica correndo desse jeito, pulando assim nessas brincadeiras de menino!” Sérgio, amigo de Bel também acha que há coisas que só os meninos podem fazer, assoviar é uma delas. Isso a irrita tanto!!
Bia é uma bisavó diferente das outras conhecidas pelas crianças. Ela não tem cabelos brancos, e é uma criança como Bel. As semelhanças físicas chamam muito a atenção de quem vê a fotografia. E como seria uma bisavó do futuro? A voz misteriosa surge para dar esta resposta e mostrar que não há limites para a criatividade e a imaginação humanas.
Passado, presente e futuro correm como um rio dentro de Bel. Ela é o encontro das mulheres que já se foram com aquelas que estão por vir. Bel é o enlace de vidas pelo simples direito de ser quem é, com o próprio sobrenome, assinando suas legítimas palavras.
Esta edição recebe ilustrações coloridas e divertidas de Mariana Newlands.