Às quartas-feiras, Andreia caminha cabisbaixa para a aula de natação. Mais uma vez ouve os gritos das colegas: “Andreia é uma baleia!”, só porque provoca uma grande onda quando mergulha na piscina. A protagonista se sente pesada demais para esse esporte e acha que não nada bem. Mas, ao conversar com seu professor, amplia seu olhar diante das formas e dos pesos das coisas. Então, Andreia experimenta pensar diferente diante das situações perigosas ou embaraçosas, como diz seu professor, “somos o que pensamos ser”.
É bonito acompanhar a desconstrução do que o olhar do outro provoca em Andreia. Na história, a menina faz uma torção (sabe-se que não é uma mágica, exige muito trabalho subjetivo) e se reinventa. Metaforicamente, mergulha em si para responder às demandas do mundo externo. Seu corpo deixa de ser pesado demais para um corpo que realiza feitos extraordinários. E pensar que é tudo coisa da mente! Como as crianças ganham ao se alimentarem de autoestima e confiança.
A parceria entre o texto escrito por Davide Cali e as imagens propostas por Sonja Bougaeva resulta num livro ilustrado rico em minúcias e convidativo às releituras. As expressões faciais da personagem ao longo da narrativa são um plus, que tal observá-las com atenção?