O poema deste livro é originalmente a letra de um rap e fala da relação de um pai e uma filha. A certa altura, eles vão passear por um pomar e o pai explica à filha que as amoras "pretinhas são o melhor que há", referindo-se à doçura das frutas, que quanto mais escuras, mais doces são. A menina pensa um pouco e conclui "Papai, que bom, porque eu sou pretinha também."
As ilustrações de Aldo Fabrini dão força e dialogam com as palavras de Emicida. A repetição gráfica de versos-chave do poema reforçam a expressividade e a importância desses versos, e a leitura em voz alta do livro ganha uma outra dimensão. O poema não trata apenas da relação entre o pai e uma filha e da potência do pensamento infantil, mas também fala de protagonismo negro, diversidade e sobre a importância da ancestralidade.
Ao observar os pequenos detalhes do mundo é que nos reconhecemos e encontramos o nosso lugar. Neste rap que foi transformado em livro ilustrado, Emicida trata com simplicidade e força da importância da representatividade negra e da ancestralidade.