Um limerique é um poema, mas não é apenas isso. Quase sempre vem acompanhado de uma imagem divertida e segue um jeito bastante próprio de fazer rima em 5 estrofes. Os temas? Dos mais variados, que vão do mais aleatório e absurdo até críticas (não tão sutis) do cotidiano, mas frequentemente muito engraçadas.
O responsável por popularizar os limeriques no mundo foi o escritor inglês Edward Lear, aqui brilhantemente traduzidos por Renato Moriconi, conhecido por seus livros infantis e juvenis. Em 200 limeriques, somos apresentados a uma moça com traços tão finos que usava seus ângulos para tocar harpa e também a um sujeito do ABC que caiu no Tietê, veja só. Tem ainda uma moça de Lagoa do Mato, que tinha uma escola de dança para patos, assim como a historinha de um sujeito de Bom Lugar, que montava nas costas de um urso polar.
O leitor mais atento vai reparar que, muito além de traduzir os textos, Moriconi os transportou para a nossa realidade, nosso jeito de ser, bem brasileiros. Como o sujeito que mergulhou sem querer no Tietê, é possível encontrar várias outras referências à nossa cultura e ao nosso povo, o que torna a leitura ainda mais deliciosa.
As ilustrações dão um charme ainda maior a cada página: originais de Lear, elas complementam e dançam com as palavras escolhidas por Moriconi, nesta obra que pode ser um primeiro contato entre os pequenos leitores e a poesia ou, mais, a razão definitiva pela qual se apaixonarão por ela.