E A EDUCAÇÃO ANTIRRACISTA
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por Elizabeth Cardoso
A palavra “quilombo” tem origem no idioma Banto, dos povos originários de Angola, e significa local de pouso ou acampamento. Em português, o termo passou por várias interpretações racistas e tende a ser pensado dentro do conceito colonial de esconderijo para escravizados.
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Até recentemente, muitos entendiam a população quilombola como criminosa, que não queriam saber de trabalho sério. Foi o movimento negro organizado, nos anos 1970, que compreendeu os quilombos como territórios de resistência e manutenção de um modo de vida específico.
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Se declarar quilombola significa afirmar laços históricos e ancestrais de resistência com a comunidade e com a terra em que vive. As escolas nessas comunidades contribuem com a preservação da cultura, saberes e tradições locais, e temos muito o que aprender com o que eles sabem sobre educar.
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A pedagogia quilombola tem como princípios o respeito e o reconhecimento da história e da cultura afro-brasileira como elementos estruturantes do processo civilizatório brasileiro; a proteção das manifestações da cultura afro-brasileira e a valorização da diversidade étnico-racial, além de atender a BNCC.
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São ações atreladas à valorização do que é próprio das populações originárias de África. Um ponto importante aqui é a escola evitar a ideia de que o conhecimento africano é rudimentar e passar a explorar a grandeza e a sofisticação da epistemologia africana.
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Ao estudar sua pedagogia, é preciso sempre evitar homogeneizações. Não há apenas um modo de ser uma escola quilombola, pois a primeira regra é valorização da comunidade em questão, e cada comunidade tem sua história, seus princípios e suas prioridades.
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Para preservar o conhecimento multidisciplinar, os quilombolas resistem à urbanização e ao agronegócio, que comprometem o acesso aos recursos naturais necessários, e ao Estado, que não os apoia devidamente. Há muito para a educação e a educação antirracista aprender com o afro saber.
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