Livro sensorial, também conhecido como “quiet book”, é um livro infantil com o objetivo de desenvolver a coordenação motora fina e estimular os sentidos de bebês e crianças pequenas. Em geral, são feitos de pano ou feltro, com peças ou objetos para encaixe.
A proposta dos livros sensoriais é promover o desenvolvimento cognitivo, sensorial e motor da criança. Assim, ao manipular suas páginas, o pequeno aprenderia mais e teria seus sentidos despertados pelas diferentes texturas, sons e imagens.
Há muitos tipos de livros sensoriais. Alguns possuem narrativas, outros são livros de imagem, sem texto, e há também os de caráter didático, com a finalidade de ensinar algo, como as cores, os números etc., mas…
Livro sensorial é a melhor opção para a criança pequena?
Em geral, quando pensamos nesse tipo de livro, temos em vista dois objetivos: incentivar a leitura e desenvolver os sentidos.
No caso do primeiro objetivo, como já dissemos por aqui, a leitura para bebês torna o livro um objeto afetivo, fortalece os vínculos na família, incentiva a musicalidade, o desenvolvimento da fala e mais uma série de competências. Contudo, para incentivar a leitura, a fabulação e todos os pontos destacados, nada mais rico que a literatura. Os livros sensoriais, porém, nem sempre trazem uma narrativa rica ou poética. E assim sendo, não costumam ser a melhor opção para essas finalidades.
Já em relação ao segundo objetivo, é inegável que o contato com livros sensoriais auxiliam no desenvolvimento dos sentidos. Mas há tanto para apresentar a seu filho que desenvolve seus sentidos! O mundo convida a criança a essa exploração o tempo todo. Por isso, listamos apenas algumas formas simples de promover esse contato com muito mais riqueza para o desenvolvimento dos 5 sentidos do que possa oferecer um livro sensorial:
1. Deixe seu filho explorar a natureza
Ficar descalço sobre a grama e sentir as folhas cutucarem as solas dos pés, experimentar as diferentes texturas das pedras e dos gravetos e brincar com a areia são ótimas formas de aguçar o tato das crianças – e todas elas estão acessíveis a um pulo no parque ou na pracinha mais próximos. Além disso, podem ser oportunidades para que o pequeno aprenda a valorizar a natureza e a brincar ao ar livre.
2. Hora de comer é hora de explorar
Alimentar crianças pequenas nem sempre é tarefa fácil, mas deixá-las livres para explorar a comida com os sentidos pode dar uma forcinha. Deixe que o seu filho sinta alimentos variados e nutritivos com as mãos, cheire-o e coma no tempo dele. Além de reforçar a autonomia na hora de comer, desenvolve os sentidos, desperta o paladar e pode ajudar a criar hábitos alimentares mais saudáveis para a vida toda.
3. Brincar é simples
Forrar o corredor de casa com plástico bolha, acariciar as mãos da criança com uma seda ou um pedaço de tecido felpudo são maneiras práticas de despertar os sentidos dentro de casa. Outra ideia é usar garrafas de plástico vazias para criar “garrafas para os sentidos”: você pode enchê-las de águas, brinquedinhos e contas coloridas brilhantes ou pode colocar grãos de arroz ou feijão dentro. À medida que os pequenos balançam as garrafas exploram visões e sons diferentes.
4. Conversa, leitura e ritmo
Conversar com seu filho, mesmo que ele ainda seja um recém nascido, é um excelente modo de desenvolver a audição, que aliás é o primeiro sentido desenvolvido desde a gestação. Por isso, no Clube Quindim, indicamos a leitura compartilhada inclusive por gestantes. Neste vídeo, uma mãe que lia desde a gestação lê para sua filha, Clarice, de 2 meses de idade. Repare como mesmo nova ela fica concentrada durante toda a leitura.
5. Estimule a visão por meio da arte dos livros ilustrados
Expor crianças a estímulos visuais presentes nos livros ilustrados, além de enriquecer o sentido, ajuda a criar repertório. A premiada ilustradora Graça Lima, em entrevista para o Clube Quindim, coloca que “[a criança] formará repertório a partir da pluralidade de narrativas que lhe forem apresentadas. (…) O consumo de livros de qualidade de texto e imagem gera um ser sofisticado no sentido geral de sua formação.”
Veja também: Clube de leitura infantil vale a pena?