os perigos e cuidados nesse ambiente

Jogos online e crianças

A pesquisa TIC Kids Online Brasil 2023 mostrou que cerca de 5,9 milhões de pessoas entre 9 e 17 anos tiveram o primeiro contato com o universo online até os 6 anos no Brasil — dez anos atrás, pelo mesmo estudo, essa taxa era de 8%.

Estar inserido no ambiente virtual é também ser apresentado aos jogos online: a Pesquisa Game Brasil 2023 concluiu que 8 em cada 10 crianças possuem o hábito de jogar games. E ter contato com jogos significa estar exposto aos seus perigos.

Comportamento tóxico 

A psicóloga clínica e forense Evelise Galvão de Carvalho explica que, em particular, o gênero conhecido como MOBA (Multiplayer Online Battle Arena) tende a favorecer comportamentos perigosos.

Algumas características facilitam isso: o anonimato dos jogadores; a competitividade desse tipo de game, desenvolvido para despertar o desejo de vencer os adversários; e a cultura social em que os jogadores estão envolvidos, como a cultura de intolerância.

Uma pesquisa dos Estados Unidos, feita em 2021 pela ONG Anti-Defamation League, apontou que 60% dos jogadores estadunidenses de 13 a 17 anos já sofreram algum tipo de assédio enquanto jogavam online.

Os números reforçam a necessidade de discutir os perigos que os jogos online representam para as crianças, como assédio sexual e verbal, cyberbullying, roubo de dados pessoais etc.

Essa violência pode, entre outras coisas, causar mudanças de humor, ansiedade, baixa autoestima e perda de prazer nas atividades cotidianas.

O que as famílias podem fazer?

É importante saber que há benefícios nesse hábito: “os pontos positivos são inúmeros, tanto em âmbito de socialização como no desenvolvimento de habilidades motoras, cognitivas e psicológicas”, afirma Evelise.

Como precaução, vale algumas instruções como: “não converse com estranhos; não compartilhe informações pessoais; brinque com crianças de idades semelhantes; não compartilhe fotos; e, em qualquer situação de risco, conte para seu responsável”.

Monitorar o que a criança tem acesso também é fundamental, além de ter um canal de comunicação estabelecido para caso aconteça alguma coisa, ela se sinta segura para procurar a família e pedir ajuda.

E, é claro, mantenha o livro como um aliado em casa. A leitura é uma ótima alternativa para diminuir o tempo das crianças nas telas, além de proporcionar pontes para conversar sobre violência e bullying, por exemplo.

Saiba mais sobre os perigos e quais cuidados as famílias devem tomar